Neste livro, o Autor percorre os anos de 1807 a 1811 e, em função das muitas leituras que fez e da aprofundada pesquisa que realizou, apresenta-nos aquilo que de mais importante ocorreu em Portugal neste período. 

Mas se a Família Real conseguiu sair para o Brasil e estes quatro anos foram muito difíceis para a população portuguesa, isto não impediu que o sentimento de independência nacional, que fora forjado ao longo dos séculos, se manifestasse através de um genuíno movimento popular contra o invasor, não obstante a repressão feita pelos franceses; que nascesse uma guerrilha que contribuiu para dificultar a vida dos exércitos invasores e facilitar as operações aliadas; que fosse feita a reconstrução de um Exército que se bateu bem durante a Guerra Peninsular.

Contudo, aqueles anos lembram as forças em presença e a sua organização, a acção das direcções políticas, da diplomacia, os espaços de confronto e de combate, o livro termina com o ponto mais alto da guerra – vitória sem combate, a defesa das Linhas de Torres. Com efeito esta obra ciclópica mandada fazer por Wellington e conseguida com a mão-de-obra de regimentos de milícias e da população local, aqui recordada com o detalhe que merece, é uma homenagem a quem a pensou, a quem a executou e contém numerosos ensinamentos.

É uma homenagem ao Major de Engenharia Neves Costa que estudou atentamente o terreno a norte de Lisboa, que indicou como devia ser fortificado e ocupado de forma a poder ter sucesso a Defesa de Lisboa, como veio a acontecer.

General António Eduardo Queiroz Martins Barrento
in Prefácio